sábado, 31 de dezembro de 2011

OS FRUTOS DO ESPÍRITO SANTO - 14º CAPÍTULO - "Nos Passos de Jesus"

 Embora consideremos os frutos do Espírito Santo de maneira pluralizada para o nosso estudo, a Bíblia o faz de maneira singular, considerando-os apenas “o fruto” (Gálatas 5.22). Isso, naturalmente,deve-se ao fato de que as qualidades morais implantadas pelo Espírito Santo em cada seguidor do Senhor Jesus Cristo formam um todo, como se fossem uma única virtude.


Os nove aspectos são partes integrantes de um único desenvolvimento espiritual, para que o cristão seja “tomado de toda a plenitude de Deus” (Efésios 3.19).

É claro que “o fruto” do Espírito é uma consequência ou um efeito produzido pelo Espírito Santo na vida de um cristão autêntico que se submete à vontade do Senhor. Não é o cristão que pelos seus próprios esforços ou méritos vai produzir os frutos ou fruto do Espírito, mas pela participação mútua entre o Espírito Santo e o cristão juntos é que haverá o fruto.


O Espírito Santo, por sua vez, não vai impor a ninguém a Sua própria vontade, a fim de que se produza o fruto. Precisa haver uma disposição real do homem na busca da suprema vontade de Deus, para que, então, o Seu Espírito possa efetuar a transformação radical no íntimo do homem.


O fruto é uma resposta a uma plantação. Ele pode ser bom ou mau; depende naturalmente daquilo que se planta, ou seja da semente que nós semeamos. Se desejamos que a nossa vida produza os frutos espirituais ou fruto do Espírito Santo, devemos semear em nossos corações os pensamentos que estão na Bíblia Sagrada.


A Palavra de Deus, que é a mente de Cristo, precisa estar enraizada no mais profundo de nossas vidas, a fim de que o Espírito Santo possa agir no nosso interior e produzir o fruto. Podemos explicar isso da seguinte maneira: lançamos uma boa semente na terra; em seguida ela morre... para depois, então, nascer de novo e produzir o fruto esperado. Esse grande milagre que acontece com a reprodução se deve à atuação do próprio Deus em sintonia com a natureza. É exatamente isso que acontece com o cristão o qual, quando morre para o mundo, para a sua própria vontade, então nasce para Deus e pelo Espírito Santo faz produzir os frutos que passamos a estudar: o amor, as modalidades do amor, a alegria, a paz a longanimidade, a bondade, a fidelidade.



O AMOR


Fixaremos mais nosso estudo sobre essa virtude, porque o amor é a base em que se fundamentam os demais frutos e onde todas as virtude espirituais se desenvolvem.


Basicamente, o amor consiste em querer para os outros aquilo que queremos para nós mesmos. É a dedicação ao próximo; o dispêndio de tempo e de energia em favor do próximo, da mesma maneira pela qual voluntária e necessariamente dispendemos tempo e energia conosco.
A própria cruz do Senhor Jesus formaliza o amor puro e verdadeiro. A haste vertical fala do nosso amor para com Deus; a haste horizontal, do nosso amor para com o nosso semelhante.


No amor estão os dois grandes mandamentos da Lei de Deus.
"... Amarás o Senhor, teu Deus, de todo o teu coração, de toda a tua alma e de todo o teu entendimento. Este é o grande e primeiro mandamento. O segundo, semelhante a este, é: Amarás o teu próximo como a ti mesmo. Destes dois mandamentos dependem toda a Lei e os Profetas." Mateus 22.37-40
Verificamos que no amor existe um relacionamento mútuo, maior que um simples sentimento de compaixão ou afeição. Realmente, o amor é definido com sacrifícios de quem ama, o faz sem nenhum interesse próprio. Creio que podemos definir o amor assim: dar.


AS MODALIDADES DO AMOR 
a) O amor próprio, embora não seja condenado nas Escrituras Sagradas, deve estar sob total controle, para não se transformar num insuportável egoísmo.
b) O amor a Deus, ao Senhor Jesus Cristo e ás coisas celestiais é o que deve se destacar em nossas vidas; aquele dirigido num sentido vertical, o que, aliás, é a ordem primeira de Deus para com os seres humanos (Mateus 22.37)
c) O amor de Deus pelo homem, o qual é a fonte de todo o nosso bem-estar e aponta o padrão de amor que devemos exercer uns para com os outros.
d) O amor do homem para com o seu semelhante, o exigido por Deus, através do segundo grande mandamento (Mateus 22.39).
A ALEGRIA 

A alegria é uma expressão de contentamento, satisfação, júbilo ou exultação. A alegria como fruto do Espírito Santo, no entanto, é muito mais que uma simples sensação vivida pelo homem. É uma vida verdadeira de eterno gozo na alma, pelas convicções implantadas pelo Espírito de Deus dentro do homem. 

A alegria é produto do Evangelho dentro de nós (Lucas 2.10) e da profunda experiência da salvação. A alegria do cristão é uma constante, a despeito de todos os dissabores que este mundo apresenta.

A alegria do não-cristão é fabricada através de piadas ou coisas semelhantes e nunca é constante; pelo contrário, é passageira e sufocada pelas tristezas deste mundo.

O grande regozijo nos concedido pelo Senhor é para que se verifique no Seu povo a diferença do povo deste mundo. Com ele, testificamos a felicidade existente dentro de nós. O próprio Deus experimenta essa sensação, conforme está escrito:
"... portanto não vos entristeçais, porque a alegria do Senhor é a vossa força." Neemias 8.10
A alegria é uma qualidade de vida caracterizada pelo bem-estar espiritual, consequência de uma correta relação com Deus; é o regozijo no Espírito Santo. Deus jamais apreciou o desânimo; pelo contrário, a Sua Palavra nos admoesta:
"Servi ao Senhor com alegria, apresentai-vos diante dele com cântico." Salmos 100.2
E ainda:
"... alegre-se o coração dos que buscam o Senhor." Salmos 105.3
A ordem do dia-a-dia é, portanto, alegria no Senhor, e isso é dom de Deus, para que o Seu povo reconheça que Ele está em Seu trono, e tudo está sob o Seu controle. Essa alegria é a inspiradora da esperança e da coragem; é a confiança no Senhor Jesus e a satisfação de estarmos vivos n'Ele.


A PAZ

A queda do homem no jardim do Éden destruiu a paz existente entre ele e Deus, consigo mesmo, com os outros homens, com os demais seres e, ainda, com a própria natureza. Através da cruz do Senhor Jesus, Deus estabeleceu novamente a paz, conforme está escrito:
"Justificados, pois, mediante a fé, tenhamos paz com Deus por meio do nosso Senhor Jesus Cristo." Romanos 5.1
A paz, portanto, envolve muito mais que a mera tranquilidade íntima que possa prevalecer a despeito das tempestades externas. Antes, trata-se de uma qualidade espiritual, produzida pela reconciliação, pelo perdão dos pecados e pela conversão da alma.

Uma certa ocasião, o Senhor Jesus disse:
"Deixo-vos a paz, a minha paz vos dou; não vo-la dou como a dá o mundo..." João 14.27
Essa paz é uma dádiva celestial e, na realidade, um contato de Deus com a alma, por meio do Espírito Santo. Da mesma forma pela qual Ele nos ensina a respeito de Cristo, nos dá a calma certeza da tranquilidade, mesmo nos momentos de tempestade. Por isso mesmo, o Espírito Santo também é chamado de o Consolador. Nos momentos aflitivos, podemos perfeitamente manter a calma e a tranquilidade, porque o Espírito Santo nos enche de confiança em Cristo Jesus. Isso é paz!


Desafortunado é quem não busca a paz de Deus. Ele nos deu o Seu próprio Filho como resgate, para nos livrar do nosso verdadeiro inimigo. A paz é uma coisa preciosa, e feliz é o homem que alcança. Toda criatura busca a paz em tudo o que este mundo pode oferecer. Triste é o fato de que todos ficam mais ansiosos e mas confusos. O que sempre faltou ao nosso mundo foi exatamente a paz, a harmonia, a boa vontade entre os homens; contrariamente àquilo que Deus destinou.


Em nossos dias, vivemos talvez mais do que nunca essa triste verdade. Existem organizações internacionais que dizem ter a compreensão e a cooperação entre os povos no seu programa. Verificam-se bem poucos resultados desses esforços, muitas vezes bem-intencionados. Qual será a razão? Se lermos a Palavra de deus, por exemplo, no Evangelho segundo Lucas 2, aprenderemos que somente quando o homem se submete a Deus e Lhe dá toda a glória, pode alcançar a paz.


Quando Cristo nasceu, os anjos cantaram, expressando a vontade divina:
"Glória a Deus nas maiores alturas, e paz na terra entre os homens, a quem ele quer bem." Lucas 2.14
Enquanto vivermos longe dessa integração e submissão à Suprema Vontade, viveremos em desarmonia por dentro e por fora.


Quem vive em desarmonia com Deus, de maneira nenhuma pode promover harmonia. A paz começa por dentro do indivíduo, para depois poder influenciar o ambiente.


Ninguém pode dar outra coisa além daquilo que possui (Lucas 6.43-45). A paz é uma coisa interior, uma situação da alma, que consiste em estar numa relação de harmonia consigo mesmo e com Deus. Quem estiver em paz com o seu Criador, também o estará consigo mesmo e com o seu semelhante.


Se não há paz no mundo, se os povos e as nações não se entendem, é simplesmente em reflexo da nossa situação perante Deus, Se a Igreja de Cristo está dividida dentro de si mesma, é simplesmente um reflexo da nossa própria relação com Deus. Todos nós erramos quando teimamos em controlar tudo, querendo fazer a nossa vontade, nos exaltar, etc. Muitos são aqueles, mesmo os que clamam pelo nome do Senhor, que confiam nas suas próprias mãos e naquilo que podem produzir. Outros procuram na Filosofia, na Ciência ou noutros ramos da sabedoria humana o equilíbrio interior.


A paz é um dos gloriosos frutos do Espírito Santo de Deus em nós. Sem Deus não há verdadeira paz! Sem a presença do Príncipe da paz, de quem o profeta Isaías fala, não há união em amor! Jesus disse aos Seus discípulos, antes de os deixar: "Deixo-vos a paz, a minha paz vos dou..." Confiados nessa herança, podemos experimentar o resto do mesmo versículo:
"Não se turbe o vosso coração, nem se atemorize." João 14.27
A LONGANIMIDADE

Longanimidade significa uma tolerância paciente. Por exemplo, a longanimidade, quando é atribuída a Deus, significa que Ele tolera pacientemente todas as iniquidades do homem, não Se deixando arrebatar por explosões de ira e furor, o que só poderia significar a destruição do homem. Nisso se manifesta o amor, pois os homens são caracterizados por falhas e pecados constantes e, ainda assim, Deus Se mantém longânimo, dada a Sua grande misericórdia.

Quando manifestamos esse fruto, suportamos as provações alheias, porque sabemos que também o Senhor jesus suporta os nossos pecados, devido à Sua grande longanimidade.

A BENIGNIDADE

Benignidade significa gentileza, bondade. O cristão que possui essa virtude tem um caráter excelente, pois é gracioso e gentil para com todos os seus semelhantes, não se mostrando inflexível e exigente. É muito comum o recém-convertido ser inflexível quanto à maneira de agir em relação às pessoas.

Quando a pessoa é benigna, procura conciliar, pois é imprescindível que ela seja dócil e flexível, gentil e de fala mansa, a fim de causar ótima impressão àqueles que cercam.

A BONDADE

A bondade em muito se assemelha à benignidade; a pessoa bondosa, entretanto, tem um comportamento generoso para com os outros. Quem possui essa virtude não mede sacrifícios para ajudar e fazer valer a força do amor. Podemos ver um exemplo de bondade na parábola do bom samaritano (Lucas 10.30-35).

A pessoa bondosa não olha para si mesma e muito menos espera da outra parte a recompensa. Não vê cor, sexo, aparência física e nem situação financeira; antes, seu prazer é glorificar o Senhor Jesus através dos seus atos de generosidade.

A FIDELIDADE

A fidelidade, no original grego, tanto pode significar uma atitude de "confiança" quanto também de "fé". É uma demostração do caráter leal e fiel ao Senhor Jesus Cristo, por causa de uma confiança total n'Ele.

Através da conversão do homem ao Senhor Jesus, sua alma passa a ser dependente d'Ele pela entrega total. Isso é confiança ou fé, que por sua vez produz a fidelidade propriamente dita.

Muitos cristãos têm sido fiel ao Senhor Jesus enquanto as condições permitem. Enquanto tudo está bem, quando os ventos são favoráveis, não falta dinheiro, a família está com saúde... São leais ao Senhor jesus da mesma maneira que o foi Pedro, enquanto estava com o senhor. Vindo, porém, as aflições, perseguições, falta de dinheiro, etc., deixam de olhar para o Autor e Consumador da fé, dando crédito às condições nas quais se encontram. Daí começam o descontentamento, a tristeza e, em seguida, partem para a infidelidade, que é um sinal de desconfiança e incerteza.

É fácil ser fiel quando tudo vai bem. Quando as coisas vão mal, a fidelidade é um "sacrifício". O que o Espírito Santo deposita dentro de nós, através da fidelidade, atravessa qualquer barreira, transpondo todos os obstáculos contrários à fé.

Deus sempre está provando a nossa fidelidade para com Ele. É bom que todos os cristãos mantenham bem atentos seus olhos espirituais, a fim de não perderem o gracioso dom do Espírito Santo.

A MANSIDÃO

O Senhor Jesus disse:
"Bem-aventurados os mansos, porque herdarão a terra." Mateus 5.5
"Tomai sobre vós o meu jugo e aprendei de mim, porque sou manso e humilde de coração; e achareis descanso para a vossa alma." Mateus 11.29
Em ambos os casos, verificamos ser essa virtude uma submissão do homem para com Deus e, em seguida, para com o próprio homem. É uma brandura de gênio do ser humano. Além do próprio exemplo do Senhor Jesus. temos também o caso de Moisés, que segundo Números 12.3, "Era vará mui manso, mais do que todos os homens que havia sobre a Terra".


A mansidão é o resultado da verdadeira humildade, pelo reconhecimento do valor alheio, com a recusa de nos considerarmos superiores. Se o Senhor Jesus não tivesse essa virtude, jamais conseguiria suportar a provocação dos que O insultavam ou pilheriavam d'Ele. Foi necessário ter um espírito manso, a fim de vencer as tentações.

O DOMÍNIO PRÓPRIO

Esse último fruto do Espírito Santo significa "um controle de si mesmo ante os impulsos da carne", os quais nos conduzem à morte.

Todo cristão precisa se autodisciplinar para poder alcançar as vitórias por meio do Senhor Jesus.

O cristão vive num mundo hostil, onde se faz louco para o mundo e vice-versa. Estamos neste planeta, porém não lhe pertencemos. Somos obrigados a obedecer às suas leis, mas as que nos regem lhes são totalmente contrárias. Vez após vez somos colocados diante de situações que, dependendo das nossas atitudes ou do nosso domínio próprio, exaltaremos nosso Senhor ou O envergonharemos.

Em Provérbios 16.32, encontramos que maior é aquele que se domina do que aquele que toma uma cidade. De fato, não existe conflito mais renhido do que o travado pelo homem consigo mesmo para dominar seus próprios instintos. Não fosse a atuação do Espírito Santo na alma do cristão, este jamais conseguiria dominar a si mesmo.

Quando o apóstolo Paulo se refere à luta da carne contra o Espírito Santo e vice-versa (Gálatas 5.16-21), não está querendo dizer com isso que o "barro" do qual fomos feitos seja imprestável, não! São exatamente a vontade e os instintos do nosso "eu" que fazem luta contra o Espírito de Deus. Essa "carne" chamada vontade humana ou "instinto" é que precisa ser dominada pela própria pessoa, através do fruto "domínio próprio".

A Bíblia contém duas doutrinas principais: a Lei e o Evangelho.

A LEI

A Lei é a doutrina da Bíblia pela qual Deus nos ensina nossa maneira de ser, o que devemos fazer e evitar. Isso quer dizer que o homem será salvo através dos seus próprios méritos, se obedecer às leis e aos mandamentos contidos no Antigo Testamento. Veja, amigo leitor, Levítico 19.2,3 e Deuteronômio 6.6,7.

Por essa doutrina ninguém conseguirá se salvar, pois se alguém conseguir cumprir toda a lei e falhar em pelo menos uma regra, o cumprimento das demais ficará anulado por ter faltado apenas uma. Temos muitos exemplos de igrejas que se mantêm legalistas, ou seja, tentam aplicar a Lei para seus seguidos. É o caso dos Sabatistas, que obrigam os fiéis a guardarem o sábado de qualquer maneira porque na Lei encontramos o mandamento do Senhor de guardar o sábado. Aliás, todas as religiões ou "denominações", as quais tentam fundamentar a fé na Lei ou nos Mandamentos, acabam se tornando falsas e anticristãs, simplesmente porque o justo viverá pela fé no Senhor Jesus Cristo. Veja Hebreus 10.38.

Se a Lei fosse suficiente para salvar alguém, então a vinda do Senhor Jesus seria totalmente inútil. Não é que a Lei seja errada ou mesmo falha; a Lei foi criada para apontar o Salvador Jesus e disciplinar o povo judeu, que era rebelde e de coração duro.

O EVANGELHO

Evangelho significa "boas-novas". É a doutrina pela qual Deus nos salva por meio do Senhor Jesus Cristo. Através do Evangelho, o homem é salvo pela fé n'Aquele que conseguiu cumprir toda a Lei, sem falhar absolutamente em nenhum item: Jesus Cristo.

A Lei nos ensina o que devemos ou não fazer, porém o Evangelho nos ensina o que Deus tem feito e continua a fazer pelo homem por intermédio do Seu Filho Jesus.

O fruto do espírito Santo provém do Evangelho que significa a graça de Deus para com todos os que apóiam sua fé no senhor Jesus, pois é Ele próprio quem nos concede o Espírito Santo e, consequentemente, os frutos e os dons para o crescimento da Sua Igreja.

Aqueles que andam na base da lei e dos Mandamentos não podem usufruir os frutos do Espírito Santo, porque em suas concepções devem fazer prevalecer a força de vontade para serem "bons cristãos", o que é impossível sem a atuação efetiva do espírito Santo, pela fé única e exclusiva no Senhor Jesus.


Amanhã continuaremos o 15º capítulo...
NÃO PERCA!!!

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