terça-feira, 3 de janeiro de 2012

OS DONS DO ESPÍRITO SANTO - ÚLTIMO CAPÍTULO / 2º PARTE - "Nos Passos de Jesus"

DISCERNIMENTO DE ESPÍRITOS


No tempo da Igreja Primitiva existiam muitas pessoas dotadas de poderes psíquicos e espirituais, as quais não pertenciam à comunidade cristã. Elas eram muitíssimo usadas pelos espíritos enganadores, que não se manifestavam do modo pelo a qual os espíritos imundos o fazem nos dias atuais. Esses espíritos enganadores penetravam sorrateiramente nas pessoas incautas e, através das mesmas, faziam acontecer coisas extraordinárias. Alias, o mesmo caso se deu no Egito, quando Arão lançou sua vara, por ordem de Moisés, e esta se tornou em serpente; os sábios do Egito, todavia, fizeram o mesmo com suas ciências ocultas (Êxodo 7.10,11).



Podemos assim verificar o quanto enganadores têm feito coisas espantosas, a fim de catalisar não só a atenção das pessoas para si mesmos, mas também receber a confiança e o crédito delas.


Com objetivo de dar à Sua Igreja capacidade para crescer numa base sólida de fé, o Senhor Jesus fez possível, através do Espírito Santo, que Seus seguidores obtivessem o dom de discernimento de espíritos, para poder distinguir entre aqueles que eram dirigidos por Deus e os que falavam e agiam dirigidos pelo diabo.


Era e é necessário, em muito, saber diferenciar entre o certo e o errado. Isso nem sempre é fácil e precisa-se desse dom do Espírito Santo para se poder tomar decisões. A Bíblia nos fala: Jeremias 17.9.10


Em muitas ocasiões, pudemos observar a sinceridade das pessoas com intuito de fazer o bem por trás daquele bem; no entanto, vimos a atuação dos espíritos imundos. Nem sempre o que é para nós o é para Deus. Muitas vezes, acreditamos que agimos corretamente e, mais tarde, descobrimos que erramos. Por isso mesmo é que precisamos o máximo desse dom.


O apóstolo João nos admoesta muito a respeito disso:
“Amados, não deis crédito a qualquer espírito; antes, provai os espíritos se procedem de Deus, porque muitos falsos profetas têm sido pelo mundo fora.” 1 João 4.1
Numa época em que o espiritismo tem se propagado com tamanha força em todo o mundo, creio mais do que nunca ser este dom necessário para desmascarar todos os planos e estratégias de satanás, pelo poder do Deus Vivo, na pessoa do Espírito Santo, em o nome do Senhor Jesus Cristo!


VARIEDADE DE LÍNGUAS


Esse dom trata da diversidade de línguas estranhas faladas pela pessoa após o recebimento do batismo no Espírito Santo, e são dois os tipos de línguas estranhas, de acordo com 1 Coríntios 13.1:
1º) as línguas estranhas aos homens em geral, que são aquelas proferidas pelos anjos;
2º) as línguas estranhas à própria pessoa que fala e, geralmente, também estranhas às que ouvem.
Quando alguém fala em outras línguas, isto é, em línguas estranhas, usando deste dom do Espírito Santo, mesmo que não entenda a sua linguagem, está se edificando a si mesmo, conforme 1 Coríntios 14.4. Por isso, é imprescindível que a pessoa procure falar de maneira disciplinada, sem escandalizar aqueles que nada entendem.


Não são poucas as pessoas que, quando falam em outras línguas, dão vazão à carne, ou seja, chamam a atenção dos demais para si mesmas, falando muito alto, até gritando, sacudindo-se, mais parecendo estar cheias de demônios. Quando falamos em línguas estranhas, devemos procurar sempre fazê-lo para chamar a atenção do próprio Deus, a fim de edificarmos nossa própria vida. Se, no entanto, falamos em alta voz, chamamos a atenção das demais pessoas e, consequentemente, demostramos um diabólico egoísmo, tirando a concentração delas. Ora, se quem fala em outras línguas se edifica a si mesmo, então para que fazê-lo de modo que os outros ouçam?


Falar em línguas estranhas produz um efeito purificador, elevador, até transformador, e isso beneficia a pessoa envolvida. Imagine-se, o leitor, falando em língua totalmente estranha, por inspiração e concessão do próprio Deus! Quando isso acontece, verificamos a autenticidade da nossa fé, experimentando um contato com o Espírito Santo. Foi exatamente isso que ocorreu no dia de Pentecostes:
"... estavam todos reunidos no mesmo lugar; de repente de veio do céu um som, como de um vento impetuoso e encheu toda a casa onde estavam assentados. E apareceram, distribuídas entre eles, línguas, como de fogo, e pousou uma sobre cada um deles. Todos ficaram cheios do espírito Santo e passaram a falar em outras línguas, segundo o Espírito lhes concedia que falassem." Atos 2.1-4
Convém ainda salientar que nem todos os que falam em línguas estranhas estão "em Espírito", da mesma forma pela qual nem todos os que não falam em línguas não estão "no Espírito". Conhecemos muitos homens de Deus que, embora não tendo sido batizados no Espírito Santo, vivem mais em santidade do que muitos batizados.


O que acontece de fato é que quando alguém é batizado no Espírito Santo recebe logo, imediatamente, o dom de línguas, por evidência do seu batismo. Sua capacidade de falar estranhamente não se acaba por qualquer falha ou falta. Muitas vezes, a pessoa comete um pecado grave e, ainda assim, ao orar a Deus, pode falar em línguas, a fim de se reedificar no Senhor Jesus.


Resumindo, afirmo para todos os interessados que o falar em línguas estranhas, não é sinal de santidade ou consagração, absolutamente! O falar em línguas estranhas apenas leva a pessoa a uma certa afinidade com Deus.


INTERPRETAÇÃO DE LÍNGUAS


A Igreja do Senhor Jesus somente será edificada através das línguas estranhas se houver da parte de alguém uma interpretação das mesmas. O apóstolo Paulo chega até a proibir o falar em línguas em reuniões públicas se não houver quem as interprete, e isso com toda a razão! Veja 1 Coríntios 14.27,28. Se as línguas são proferidas sem interpretação, de nada adianta para a Igreja. Por isso mesmo, nosso Deus providenciou esse dom de interpretação, a fim de que a Sua Igreja seja edificada.


A visão não tem por objetivo beneficiar apenas os olhos, mas sim o corpo inteiro; assim também a audição não beneficia apenas os ouvidos, mas todo o corpo. É exatamente o caso dos dons e funções dos membros individuais do Corpo de Cristo. O Espírito de Deus determina a atividade de cada membro e nos capacita para essa atividade.


Os dons do espírito Santo, portanto, visam à perfeição do Corpo de Cristo, ou seja, à Sua Igreja, na tarefa suprema de ganhar almas para o Reino de Deus.


DIFERENÇAS ENTRE OS FRUTOS E OS DONS


Nos capítulos anteriores, abordamos especialmente os frutos e os dons do Espírito Santo. Para fixar mais e deixar bem claro suas funções e objetivos, incluímos o seguinte esclarecimento: em toda a história da Igreja do Senhor Jesus Cristo sempre houve sérios problemas, os quais escandalizaram muitos, desviaram da fé outros, enfim, contribuíram em demasia para que o Corpo de Cristo, que é a Sua Igreja, ficasse retalhado e dividido.


Parte desse grande problema se deve à falta de discernimento entre os frutos e os dons do Espírito Santo. Essa á uma das razões fundamentais da existência de tantas denominações diferentes, chegando algumas ao ponto crítico de até se considerarem inimigas das outras. Nesse aspecto, a Igreja do Senhor tem sido severamente castigada, muito embora ela tenha crescido espontaneamente, ainda que aos "trancos e barrancos". Certamente o poder do Espírito Santo tem ultrapassado as barreiras que os próprios cristãos impõem.


A grande maioria das pessoas vem confundindo muito o uso dos frutos com os dons do Espírito Santo. É o caso, por exemplo, daquele pastor que, por ser muito usado pelo Espírito Santo, no que diz respeito às manifestações dos dons do espirituais, se esquece ou omite os Seus frutos. No exercício do seu ministério, cura os doentes, expele os demônios, prega mensagens inspiradas e tudo o mais; é, entretanto, um péssimo exemplo dentro de sua própria casa, para com seus filhos ou entes queridos. Dentro da igreja, porta-se como um "santinho" consagrado, lá fora, porém, longe das vistas dos outros, age tal qual um cético. Isso acontece de uma forma comum, sendo a razão pela qual muitas senhoras cristãs não conseguem trazer seus maridos ou filhos para a igreja.


O que motiva esse desnível espiritual é o fato de que o pastor, no exemplo referido, por ser muito usado pelo Espírito santo em seu ministério, se acha senhor de si mesmo. Crendo que suas ações fora da igreja também tenham a aprovação do espírito santo, por ser muito usado através dos dons, pensa ter o direito de agir da maneira que bem quer. Naturalmente, uma coisa não tem nada a ver com a outra. Se o pastor é sobremaneira usado por Deus diante das pessoas necessitadas, é porque o Senhor deseja alcançar aquelas criaturas perdidas e porque a Sua Palavra se cumpre. O pastor é usado, mas isso não atesta uma santidade diante de Deus, pois Ele usou uma jumenta para falar a Balaão (Números 22.28) e também corvos para alimentarem o profeta Elias (1 reis 17.4). Nem por isso esses animais eram puros ou santos.


O apóstolo Paulo nos admoesta a respeito tanto dos dons quanto dos frutos do Espírito, quando afirma:
"Ainda que eu fale as línguas dos homens e dos anjos (dom de línguas), se não tiver amor, serei como bronze que soa ou como o címbalo que retine. Ainda que eu tenha o dom de profetizar (dom de profecia) e conheça todos os mistérios e toda a ciência (palavra de sabedoria e conhecimento); ainda que eu tenha tamanha fé a ponto de transportar montes (dom de fé), se não tiver amor (fruto do Espírito), nada serei." 1 Coríntios 13.1,2
Para Paulo, era mais importante ser do que fazer, isto é, manifestar na sua própria vida o amor, a alegria, a paz, a longanimidade, a benignidade, a bondade, a fidelidade, a mansidão e o domínio próprio diante de Deus, dos homens e, até mesmo, diante dos demônios. Significa viver o Senhor Jesus a cada dia e manifestar a Sua grande glória neste mundo. Isso é e será sempre a vontade máxima de Deus para cada um de nós! O senhor Jesus disse: "Vós sois o sal da terra..." (Mateus 5.13)


Ninguém pode ser cristão sem seguir o Senhor Jesus; assim também ninguém pode ser o sal da terra se não exercer na sua própria vida os frutos do Espírito Santo!


Os frutos do espírito são manifestações do nosso "eu" diante do mundo, enquanto os dons são manifestações do Espírito Santo, através de nós, na vida das pessoas, as quais ouvem pelos nossos lábios as promessas de Deus.


É o profundo desejo de Deus que não apenas façamos a Sua Obra em favor do Seu povo, mas sejamos, acima de tudo, exemplos vivos do senhor jesus, conforme está escrito:
"... aquele que diz que permanece nele, esse deve também andar assim como ele andou." 1 João 2.6

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