quarta-feira, 27 de abril de 2011

A Paixão pelas Almas



Todo servo de Deus nutre dentro de si o mesmo sentimento do seu Senhor. E qual sentimento dirigia o nosso Senhor? Diz o texto sagrado: “Percorria Jesus toda a Galiléia, ensinando nas sinagogas, pregando o evangelho do reino e curando toda sorte de doenças e enfermidades entre o povo.” (Mateus 4.23)
O ministério do Senhor Jesus estava alicerçado em três pontos: ensino, pregação e manifestação de poder em favor dos doentes. Este trabalho foi iniciado, imediatamente, após Ele ter sido batizado nas águas, no Espírito Santo e no fogo do deserto. Quer dizer: tão logo fora preparado pelo Espírito e aprovado, Ele partiu para os lugares mais ermos, escusos e escuros em busca das almas perdidas.
A coisa mais evidente no convertido é a sede de almas, isto é, o ardente desejo de dar aos outros o mesmo que foi recebido de Deus. Todos os nascidos dEle, sem exceção, têm desejo de ganhar seu semelhante para o Senhor Jesus! Essa é a primeira manifestação dos nascidos do Espírito. E tem mais: somente estes ficam insatisfeitos, enquanto os demais não nascem do Espírito.
A verdade é que muitos pregadores se dão por satisfeitos quando as pessoas aceitam Jesus como Senhor e Salvador. Mas quem nasceu de novo sabe que isso não é suficiente. Há de existir sincero arrependimento para que o Espírito Santo possa operar o novo nascimento. Enquanto isso não acontece, a obra é apenas palha, ou seja, quando vem o calor das perseguições, ela se queima e se dispersa tal qual as cinzas no vento.
Paulo sentiu este problema e disse: “…meus filhos, por quem, de novo, sofro as dores de parto, até ser Cristo formado em vós.” (Gálatas 4.19)
Antes, logo após sua conversão, seguiu o ímpeto da fé e foi em busca de almas. Como disse: “…ao que me separou antes de eu nascer e me chamou pela Sua graça, aprouve revelar Seu Filho em mim, para que eu O pregasse entre os gentios, sem detença, não consultei carne e sangue, nem subi a Jerusalém para os que já eram apóstolos antes de mim, mas parti para as regiões da Arábia…” (Gálatas 1.15-17)
Este é o espírito dos que realmente nasceram de Deus. É impossível experimentar os prazeres do mundo vindouro e se calar. O próprio Espírito Santo os impulsiona a repartir Seu gozo com os demais. Paulo não ficou esperando nenhuma profecia pessoal, nenhuma visão ou preparo espiritual, nem mesmo perguntou a alguém mais experiente se deveria ou não ir em busca dos gentios árabes. “Sem detença”, diz ele, “não consultei carne e sangue, nem subi a Jerusalém para fazer alguma consulta aos demais apóstolos mais experientes… Simplesmente parti para as regiões da Arábia.”
Quem o havia ordenado ou autorizado a ir pregar entre os gentios árabes? Ninguém, aparentemente! Mas, cheio do Espírito Santo, ele partiu seguindo a voz da fé sobrenatural, porque esta é a voz de Deus. Posso me lembrar quantas vezes meus superiores espirituais me barraram para que eu não fosse pregar o Evangelho… E como temesse ser considerado rebelde, fiquei esperando, esperando, esperando…
Provavelmente, estaria esperando até hoje, se não tivesse tomado a atitude de seguir a voz da fé. Creio que muitos nascidos de Deus têm sido extremamente zelosos quanto à “obediência” a seus respectivos líderes espirituais. Com isso, escondem seus talentos e, de uma certa forma, cooperam com o reino das trevas. Mas, conforme disse Pedro: “mais importa obedecer à voz de Deus do que a dos homens, ainda que estes sejam profundamente espirituais.”
A visão que temos recebido de Deus, quanto às almas, é a seguinte: o mundo é o campo de guerra entre os filhos da Luz e os das trevas. Os da Luz têm recebido instrução e direção do Espírito de Deus para resgatarem os que estão nas trevas; enquanto isso, os das trevas instruem seus filhos a destruírem os da Luz. Somente quem se encontra permanentemente no altar está em condições de ganhar esta guerra. Os que estão no átrio podem auxiliar os que se encontram no altar.
Quando o crente não é nascido do Espírito, seu coração é egoísta e não se preocupa com os demais. Mas, quando é nascido da água e do Espírito, seu coração ferve de vontade de ganhar almas para seu Senhor, pois entende que nasceu para salvar.
Deus abençoe todos abundantemente,

Bispo Macedo

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