segunda-feira, 28 de novembro de 2011

O Modo de Evangelizar da Igreja Primitiva - O Sucesso da evangelização na Ásia Parte 2


Ananias e Safira

Os cristãos não esqueciam que sua religião tinha começado em Jerusalém. Nos séculos 2° e 3° conheciam e visitavam alguns dos lugares sagrados. Helena, mãe do imperador Constantino, ela mesma, em 326 A.D. foi peregrinar, e Jerônimo, em 385, chefiou um grupo que incluía nobres senhores de Roma, não apenas para visitar os lugares santos na Palestina junto à igreja da Natividade. 

Entretanto, mesmo nos tempos neo-testamentários, igrejas não judias além da Palestina tinham começado a ter a primazia, especialmente Antioquia, na Síria. 

Foi ali que o apelido "cristão" foi usado pela primeira vez (Atos 11:26); e dali começou a principal expansão para o ocidente (Atos 13:1-3). Antioquia continuou sendo a Grande Sé (a Igreja pastoreada pelo Bispo ou que ficava no lugar onde o Bispo residia) do oriente. As outras Grandes Sés foram Alexandria no Egito, e Roma no ocidente, acrescentando-se Jerusalém por causa do seu passado, fundada como a nova Capital cristã, em 330. Estes cinco bispos, mais tarde foram chamados "Patriarcas".

De todos os trabalhos missionários iniciados em Antioquia, parece que os que obtiveram maior êxito foram os da Ásia Menor. Podemos avaliar sua importância pelo fato que, dos 27 livros do Novo Testamento, quase a metade ou foi escrita na Ásia Menor, ou escrita como cartas às Igrejas de lá. Continuou por muito tempo como o lugar onde os cristãos eram mais numerosos. Em 112, Plínio, o Moço escreveu ao imperador Trajano, perguntando como ele, na qualidade de governador na Bitínia, deveria tratar os números crescentes desta nova religião:

Muitas pessoas de todas as idades e de ambos os sexos estão incluídas. Os templos (pagãos) estão quase desertos... E ela(a fé cristã) continuará.
E trabalho missionário continuou, apesar da perseguição. No Ponto,a leste da Bitínia, encontramos o primeiro movimento em massa, sob o bispo Gregório, que foi bem cognominado "Taumaturgo, o operador de maravilhas". Em sua cidade de Nova Cesárea, diziam, havia apenas dezessete cristãos quando ele começou, em 270; quando morreu, apenas dezessete não-cristãos. Um bispo posterior, cuja família veio do Ponto, descreve o trabalho de Gregório:

Bem de manhã multidões se reuniam à sua porta, com os velhos, os possessos de demônios, e outros necessitados. E lá estava ele para pregar, perguntar, exortar, ensinar, ou curar. Foi por isso que atraiu muitos homens para o Evangelho, porque viam o poder de Deus, do mesmo modo que o ouviam.
Por volta do ano 380 esse mesmo escritor reclama a mesma coisa para a sua própria parte da Ásia Menor, na Capadócia:

Dificilmente se poderia contar tantos altares (cristãos) em todo o resto do mundo!

A Igreja de Antioquia que enviou Paulo e Barnabé para o ocidente também foi responsável por levar o Evangelho a 240 quilômetros para o oriente, atravessando a fronteira do Império Romano, à pequena cidade de Edessa (hoje Urfa). Uma antiga tradição cita uma carta (uma oração!), que se supõe escrita pelo rei de Edessa a nosso Senhor:

Os judeus murmuram contra ti, e desejam fazer-te mal. Eu tenho uma cidade, pequena mas formosa, que é bastante para dois (reis).

Isto parece ser uma tentativa de recuar para uma data anterior algo que aconteceu por volta do ano 200. O rei se converteu, e Edessa se tornou o primeiro estado (cidade-estado) a fazer do cristianismo sua religião oficial. 

Edessa pode orgulhar-se de duas outras "primeiras coisas" — a primeira construção de edifício de igreja mencionada alhures (destruída ali por uma inundação, em 201), e a primeira tradução dos Evangelhos do seu original grego (a harmonia siríaca dos Quatro Evangelhos, de Taciano, c. 160).

 Edessa produziu grande cópia de literatura cristã siríaca, tanto traduções quanto escritos originais, e foi a Igreja com a Bíblia, liturgia, e literatura nessa língua que deveria estender para o oriente, através da Ásia.

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